Estima-se que a agropecuária responda por 13% das emissões de gases-estufa no mundo. Isso torna o setor o segundo maior emissor global, perdendo apenas para energia. No Brasil, as emissões cresceram 45% entre 1990 e 2012. Para identificar volume e fontes, tanto na fazenda como na cadeia de produção, está sendo lançada uma ferramenta específica, o GHG Protocol Agropecuário, que pode ajudar empresas e produtores a elaborar inventários de emissões e definir metas de corte.
O Brasil será o primeiro país a usar a metodologia desenvolvida pelo World Resources Institute (WRI) e lançada hoje. Trata-se do resultado de mais de dois anos no desenvolvimento da ferramenta em parceria com Embrapa e Unicamp. Ela foi testada por seis empresas – Duratex, JBS, Grupo Maggi, Marfrig, BP Biofuels e Bunge.
A metodologia permitirá medir emissões diretas de fontes que ficam nas fazendas como as relacionadas ao uso de fertilizantes nitrogenados, manejo de dejetos, fermentação entérica do rebanho, cultivo de arroz e consumo de combustíveis, por exemplo.
As emissões da agropecuária brasileira estão em segundo lugar no ranking mundial, perdendo só para a China. Para gerenciar suas emissões, produtores e empresas têm que, em primeiro lugar, conseguir medi-las, diz Rachel Biderman, diretora do WRI-Brasil.
Juliana Lopes, diretora de sustentabilidade da Amaggi, diz que a empresa já fez dois inventários e agora, com a adoção do GHG Protocol, irá analisar o que acontece na cadeia de fornecedores.
O perfil das emissões brasileiras mudou nos últimos anos com a redução do desmatamento da Amazônia. A agropecuária responde hoje por mais de 30% do total, lembra Eduardo Assad, ex-secretário de mudanças climáticas e pesquisador da Embrapa.
Por Daniela Chiaretti
Fonte: Valor Econômico