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Obama anuncia plano ambicioso para reduzir emissão de gases do efeito estufa

Principais objetivos são reduzir a poluição gerada pelas usinas termoelétricas e estimular a criação de tecnologias para produzir energia mais limpa

O presidente Barack Obama anunciou nesta terça-feira (25) um ambicioso plano para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera da Terra.

Pela primeira vez, agências federais de regulação têm o aval do presidente para reduzir, impondo regras mais rígidas, as emissões de dióxido de carbono das usinas termoelétricas novas e já existentes nos EUA.

O presidente anunciou as novas medidas em um pronunciamento na Universidade de Georgetown, em Washington. Discursando para estudantes, ele afirmou que se recusa “a condenar as gerações futuras a um planeta sem conserto”.

O eixo central do plano de Obama envolve regular as emissões de usinas termoeelétricas já existentes e de novas unidades. Hoje, 40% das emissões de dióxido de carbono dos Estados Unidos, e um terço dos gases de efeito estufa em geral, vêm de usinas de energia elétrica, de acordo com a Federal Energy Information

De acordo com o plano, a criação de tecnologias que evitem a emissão na atmosfera do dióxido de carbono produzido por termoelétricas contaria com o fomento de empréstimos federais – nada menos do que 8 bilhões de dólares serão destinados a esse fim.

Obama também disse que é preciso aumentar a eficiência de aparelhos como geladeiras e lâmpadas, acrescentando que normas mais rigorosas podem reduzir a poluição de carbono em mais de 3 bilhões de toneladas até 2030. Outro componente da proposta é aumentar a produção de energia hidrelétrica a partir de barragens já existentes no país.

Mesmo antes de anunciar o plano do governo, muitos republicanos no Congresso já criticavam algumas medidas dizendo que elas custarão muito dinheiro e muitos empregos, algo que poderia ameaçar a recuperação econômica do país.

Don Stewart, porta-voz do líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que a imposição de regras para a contenção das emissões das usinas de energia termoelétrica equivaleria à geração de mais um imposto sobre a energia nacional.

“Será que o presidente vai explicar os enormes custos disso para os empregos dos americanos? Será que o presidente explicará como os americanos de baixa renda pagariam essa conta mais cara?, questionou Stewart.

Obama rebateu as críticas, dizendo: “Isso é o que eles sempre dizem. Eles no final, sempre estão errados.”

A opinião pública americana sobre as mudanças climáticas tem se mostrado um grande obstáculo para abordar a questão ambiental. Uma pesquisa feita pelo Pew Research Center, divulgada na segunda-feira, mostrou que apenas quatro em 10 americanos dizem que o aquecimento do planeta representa uma grande ameaça para os EUA. Segundo o centro de pesquisas, esses números colocam os americanos “entre os menos preocupados com esta questão, junto com as populações de China, República Checa, Jordânia, Israel, Egito e Paquistão”.

Obama já havia levantado as mudanças climáticas como uma questão-chave de seu segundo mandato no discurso inaugural, em janeiro, mas ofereceu poucos detalhes desde então. Em um discurso feito em fevereiro, no entanto, o presidente fez um ultimato aos legisladores: “Se o Congresso não agir logo para proteger as gerações futuras, eu vou.”

Para Obama, os Estados Unidos devem liderar a luta para retardar o aquecimento do planeta e têm meios tecnológicos para assumir esse papel.

No discurso, o presidente americano também pediu o fim do apoio financeiro dos EUA no financiamento público de novas usinas a carvão no Exterior e se comprometeu a trabalhar com os principais países poluidores, como China e Índia, para reduzir as emissões, com base em um acordo feito recentemente com líderes da China para eliminar progressivamente os hidrofluorcarbonos, gases do efeito estufa usados ??em condicionadores de ar e refrigeradores.

Ao expandir as permissões de uso de terras públicas para a produção de energia, o governo americano espera que o país consiga gerar eletricidade suficiente de projetos de energia renovável, como eólica e solar para abastecer o equivalente a 6 milhões de casas até 2020, dobrando a capacidade elétrica produzida hoje em terras federais. Outra meta é instalar 100 megawatts de capacidade de produção de energia em projetos habitacionais federais até o final da década.

Mesmo tendo evitado o Congresso lançando mão de uma ação executiva para implementar as medidas anunciadas, o presidente dos EUA não está livre de enfrentar turbulência. Os legisladores americanos ainda podem criar leis para frustrar os esforços do presidente, e as regras já estabelecidas para usinas existentes e em funcionamento certamente gerarão batalhas legais nos tribunais.

Fonte: Último Segundo 

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