A publicação Política Socioambiental do BNDES: Presente e Futuro traz artigos de especialistas e pesquisadores de organizações da sociedade civil que analisam modelo de desenvolvimento financiado pelo banco nos últimos anos.
O BNDES é o maior banco público de desenvolvimento e fomento a projetos de infraestrutura no Brasil e o terceiro do mundo, e por isso tem papel decisivo na trajetória de crescimento do país e das regiões onde atua, como América do Sul e África. A questão é: quê tipo de desenvolvimento vem sendo financiado e como o BNDES pode melhorar sua política socioambiental para garantir os direitos humanos e proteger o meio ambiente?
Como contribuição a esse debate relevante e urgente, o Inesc lançou nesta terça-feira (10/11) em Brasília (DF) o livro Política Socioambiental do BNDES: Presente e Futuro, em parceria com outras seis organizações da sociedade civil – International Rivers, Ibase, Instituto Socioambiental (ISA), Conectas, Ecoa e DAR – Peru -, que se propõe a oferecer subsídios para ampliar e aprofundar o debate público sobre o papel do banco no desenvolvimento que incorpore todas as dimensões sociais, ambientais e econômicas.
“É um livro que não fica só na perspectiva crítica, mas também traz recomendações positivas, pró-ativas, concretas e possíveis, até em curto prazo”, afirma Alessandra Cardoso, assessora política do Inesc e uma das organizadoras do livro.
Baixe o livro:
Para Brent Millikan, diretor do programa Amazônia do International Rivers – Brasil, o livro é resultado de uma parceria importante entre as organizações. “A gente espera que ele seja bem aproveitado em debates públicos sobre o BNDES”, afirma. “E que com essas discussões propostas, o BNDES possa avançar cada vez mais como um banco público servindo ao interesse público.”
O livro explica ainda porque é tão importante falar da relação dos investimentos do BNDES com os direitos humanos, sustentabilidade e justiça socioambiental. “A princípio não parece tão óbvio que o financiador tenha que prestar atenção aos impactos daquilo que financia”, diz Caio de Souza Borges, advogado do projeto Empresas e Direitos Humanos na Conectas Direitos Humanos. “Mas o que a gente viu na semana passada com o rompimento da barragem da Samarco (Vale/BHP Billinton) em Mariana (MG) é um exemplo muito claro. O rompimento das barragens causaram um desastre ambiental irreversível, e a Vale é uma empresa que recebe muitos recursos do BNDES.”
O livro foi financiado com recursos da Fundação Mott e a gestora de programas para o Brasil e América do Sul da instituição, Traci Romine, comemorou o resultado. “O BNDES é um importante investidor no desenvolvimento do Brasil e fora do país, por isso o livro é fundamental para entendermos sua política socioambiental e sugerirmos as mudanças necessárias.” Veja o depoimento que Romine enviou para nosso site:
Fonte: Inesc