Ecologia, sociedade e cultura é o tema de série de encontros que acontece no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, no período de 5 a 14 de dezembro, que tem por objetivo levantar hipóteses e alternativas para a efetiva defesa do meio ambiente e das populações tradicionais.
Organizada pela jurista Ariani Bueno Sudatti, a série pretende proporcionar uma melhor compreensão de como a militância pela preservação do meio ambiente, da biodiversidade e da diversidade socioambiental pode e deve se dar como desdobramento crítico e político nas mais diversas áreas do conhecimento.
Segundo Sudatti, a ideia do ciclo surgiu depois de uma participação em uma “canoada” organizada pelo ISA na região da Volta Grande do Xingu. “Nessa canoada de militância, contra a hidrelétrica de Belo Monte, percorremos 110 km no rio Xingu e fomos guiados por índios juruna. Durante a canoada, convivi com esses indígenas vivenciando de perto, por um lado, o drama pelo qual estão atravessando, e por outro, também como nesse movimento de luta e resistência o povo juruna de Miratu está cada vez mais fortalecendo seus laços culturais e identitários”, completa.
A série foi organizada de maneira interdisciplinar, buscando uma abordagem mais rica e completa sobre a questão ambiental. Assim, reúne pesquisadores das ciências humanas (Sudatti e o Professor Alaôr Caffé Alves – no Direito), das ciências da natureza (Professor Alexander Turra), das artes (a cineasta Mari Correa, fundadora do Instituto Catitu, o cinegrafista independente Luís Villaça, e o curador de arte Moacir dos Anjos, responsável pela exposição em curso no SESC Pinheiros sobre a questão indígena), e também pessoas que militam na Defesa do Meio Ambiente (André-Villas Bôas, um dos fundadores do ISA, uma das mais importantes e atuantes ONGs do País sobre o tema, juntamente com o Marcelo Salazar, que atua junto às populações locais na resistência contra Belo Monte e seus amplos impactos no meio ambiente do Xingu).
Confira a programação:
Dia 5/12 Com quantas memórias se faz uma canoa?
Com Alexander Turra, doutor em Ciências Biológicas (Ecologia) pela UNICAMP. Atualmente é professor do Instituto Oceanográfico da USP. Pesquisador e militante da ONG Instituto Costa Brasilis.
O índio na arte: resistências contemporâneas.
Com Moacir dos Anjos, pesquisador e curador de arte contemporânea da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, onde coordena, desde 2009, o projeto de exposições Política da Arte. Curador da atual exposição “Adornos do Brasil Indígena: resistências contemporâneas” (2016) no SESC Pinheiros.
Dia 7/12 Aldeia em cena: produção audiovisual indígena Com Luis Villaça, mestre em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA/USP. Trabalha há 16 anos como cinegrafista e diretor de fotografia, tendo participado do Projeto Aldeia em Cena, do Instituto Catitu, com o ensino do audiovisual para populações indígenas.
Com Mari Corrêa, diretora, produtora e editora de documentários. De 2000 a 2009 foi codiretora da ONG Vídeo nas Aldeias. Estudou ciências sociais (PUC-SP) e cinema (Paris III, Sorbonne Nouvelle – França). A frente do Instituto Catitu com o projeto Aldeia em cena, vem criando dezenas de cineastas indígenas.
Dia 12/12 Amazônia, uma história de destruição: o caso da hidrelétrica de Belo Monte
Com Marcelo Salazar, engenheiro. Representante do Instituto Socioambiental – ISA – (subsede Altamira). Articulador territorial, de produção e comercialização do projeto XINGU, que busca contribuir com o ordenamento socioambiental da Bacia do Xingu.
Com André Junqueira Ayres Villas-Bôas, secretário executivo e sócio-fundador do Instituto Socioambiental (ISA), onde coordenou o Programa Xingu. Membro do Conselho Diretor do Imaflora e da Saúde Sem Limites. Integra o Comitê Gestor do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu.
Dia 14/12 Diante da lei: a luta por justiça ambiental e as “ideologias verdes” Com Ariani Bueno Sudatti, jurista, advogada, tradutora. Doutora em Direito pela Faculdade de Direito da USP. Pós Doutora em Teoria Literária – IEL/UNICAMP com pesquisa voltada para o estudo do testemunho nos crimes e catástrofes ambientais.
Por uma visão crítica das questões socioambientais: o papel do Estado e do Direito
Com Alaôr Caffé Alves, jurista, filósofo. Professor Associado aposentado da USP. Foi Procurador do Estado e também Secretário do Estado do Meio Ambiente. É atualmente coordenador do curso de Direito da FACAMP.
Ecologia, sociedade e cultura De 5 a 14 de dezembro de 2016, segundas e quartas, das 18h30 às 21h30.
Recomendação etária: 16 anos. Número de vagas: 30.
R$ 60,00 (inteira); R$ 30,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública); R$ 18,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes).
Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação com no mínimo dois dias de antecedência da atividade através do e-mail centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br.
Informações e inscrições pelo site (sescsp.org.br/cpf) ou nas unidades do Sesc no Estado de São Paulo.
Fonte: Assessoria