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Quadrilha desmatou quase 10 mil hectares na Amazônia causando prejuízos de R$162 milhões

Operação Rios Voadores deflagrada hoje (30) desmontou uma quadrilha especialista em desmatamento da Amazônia. As áreas eram convertidas em pastagens e chegaram a obter registros por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR). A ação aconteceu no interior e ao redor da Terra Indígena Menkragnoti, em Altamiira, que foi embargada.

A perícia policial mostrou que em apenas em uma das áreas, no interior do Pará, foram desmatados 9.013,07 de hectares, equivalente a 8.346 campos de futebol, no período de junho de 2013 até novembro de 2015. O prejuízo seria de pelo menos R$ 162.869.772,50 relacionados à exploração ilegal de madeira, conversão do uso do solo ilegal e custo de restauração ambiental.

Em coletiva o MPF afirmou que está é “maior organização criminosa que atua promovendo o desmatamento ilegal na Amazônia Brasileira”. Além do desmatamento os criminosos também são investigados por ateamento de fogo, grilagem de terras públicas, pecuária ilegal, roubo de madeira, documentação falsa, entre outros.

Até o momento foram expedidos pela Justiça Federal de Altamira 24 prisões preventivas, 9 conduções coercitivas e 18 mandados de busca e apreensão em empresas e residências. Participam das investigações o Ministério Público Federal, a Receita Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama).

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Estrutura profissional

“Durante as investigações foi realizada intercepção telefônica que comprovaram a estrutura e o profissionalismo da organização criminosa”, afirmou o MPF. Laranjas chegaram a assumir passivos ambientais e realizarem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) como forma de conseguir regularizar suas terras.

As áreas eram desmatadas utilizando a técnica chamada de “correntão” – duas correntes de aço são puxadas por dois tratores, um de cada lado, derrubando as árvores, fauna e o que estiver pelo caminho. Em seguida colocavam fogo para “limpar” a área e plantar capim para a inserção de gado nas áreas ou plantação de soja e arroz.

Para proteger o líder da organização a estrutura contava com um núcleo financeiro, um núcleo familiar, um núcleo de compra de terras e outro operacional, este subdividido em mais quatros grupos que aliciavam mãos de obra para o desmatamento e laranjas para realizarem os cadastros ambientais.

Dados da Receita Federal mostram que foram movimentados mais de 1 bilhão de reais entre 2012 e 2105 com as atividades ilegais. Somente o líder do esquema foi responsável pelo desmatamento do equivalente a 35 mil campos de futebol, causando prejuízos no valor de 119 milhões de reais.

Por: Aldrey Riechel
Fonte: Amazônia.org

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