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Mudanças climáticas provocarão prejuízo de US$ 2,5 trilhões

Rombo nas finanças ocorrerá se temperatura aumentar 2,5°C até 2100

Colheita de cana de açúcar: rombo acontecerá mesmo se os países cumprirem as metas voluntárias apresentadas na conferência climática de Paris, em dezembro de 2015 - Paulo Fridman/Bloomberg/18-9-2014

Colheita de cana de açúcar: rombo acontecerá mesmo se os países cumprirem as metas voluntárias apresentadas na conferência climática de Paris, em dezembro de 2015 – Paulo Fridman/Bloomberg/18-9-2014

As mudanças climáticas podem afetar investimentos equivalentes a US$ 2,5 trilhões da economia mundial até 2100, segundo um estudo publicado ontem na revista “Nature Climate Change”. O prejuízo seria resultado do aumento da temperatura em 2,5 graus Celsius até o fim do século, em relação aos níveis pré-industriais. Esta quantia é equivalente à metade do valor atual das empresas de combustíveis fósseis. Se os termômetros avançarem além de 2 graus Celsius — valor máximo admitido pelos climatologistas —, a economia mundial sofreria um rombo de US$ 1,7 trilhão.

Entre os meios de destruição mais comuns ligados às mudanças climáticas estão o aumento do nível do mar — que afeta principalmente setores da economia atuantes na zona costeira —, além de secas e tempestades, capazes de interromper atividades de diferentes ramos do mercado.

A pesquisa concentrou-se principalmente em investimentos ligados a petróleo, carvão e gás, recursos que serão perdidos se os países insistirem na adoção de combustíveis fósseis, em de vez de optar por energias sustentáveis.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Grantham sobre Mudanças Climáticas, que elaborou o estudo, seus cálculos são a primeira estimativa do impacto causado pelo aquecimento global sobre ativos financeiros.

As projeções, realizadas com o uso de modelos matemáticos, foram baseados em um valor estimado de US$ 143,3 trilhões em ativos não bancários globais em 2013, valor determinado por economistas.

Considerando as atuais emissões de gases-estufa, os climatologistas indicam que o planeta está a caminho de um aquecimento global equivalente ou superior a 4 graus Celsius. Se as nações cumprirem as metas que apresentaram na Conferência do Clima em Paris, no fim do ano passado, o aumento da temperatura global chegará a 3 graus Celsius.

As mudanças climáticas devem ser encaradas com preocupação para setores e investidores que exercem a atividade pensando a longo prazo, como os fundos de pensão e reguladores financeiros.

Diretor do programa de finanças sustentáveis da Universidade de Oxford, no Reino Unido, Ben Caldecott ressalta que os impactos financeiros das mudanças climáticas são um risco de grande escala.

— Os investidores podem fazer muito para diferenciar entre as empresas mais ou menos expostas e, assim, conseguirem ajudar a reduzir os riscos para a economia global, apoiando ações ambientais sobre as mudanças climáticas.

MAIS GRAVE QUE POLIOMIELITE

Ontem, um relatório divulgado na Casa Branca alertou que as mudanças climáticas representam uma grave ameaça para a saúde pública — em muitos aspectos, pior do que a poliomielite — e atacará especialmente gestantes, crianças, pessoas de baixa renda, negros, asiáticos e hispânicos.

O documento “Os impactos das mudanças climáticas na saúde humana nos EUA: uma avaliação científica”, adverte sobre os riscos arrebatadores para a saúde pública do aumento da temperatura nas próximas décadas, que também levaria a mais mortes e doenças por insolação, insuficiência respiratória e doenças como o vírus do Nilo Ocidental.

Fonte: O Globo

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